Há Boxeurs e Boxeurs, não há meio termo.
Este é um filme sobre crianças no mundo do boxe. Em Portugal há 300 crianças pugilistas. Enervam-se, choram, acalmam-se. Ganham e perdem. A maior parte dos pais apoia. As mães nem tanto e dói-lhes o coração verem os punhos de outras crianças acertarem na suas crianças.
Às vezes não querem ver, dizem que não vão assistir aos combates, às demonstrações. Mas acabam lá sentadas, no meio dos familiares que puxam pelos seus, que gritam e aplaudem, que demonstram amor e ansiedade. No ringue estão os putos Têm 8, 10, 12, 14 anos. Já têm nome artístico. São o Ricardo "Golden Boy", o Ricardo "Pretty Boy", o João "Ricky Hatton". E há as meninas: a Fabiana, de nove anos, a Bianca, de 11 anos, a Márcia de 14, entre muitas outras. É um documentário que mostra uma realidade feita de sonhos e expectativas, medos e frustrações, alegrias e tristezas. Estas crianças treinam porque querem perder peso, para fugir à rua, aos maus caminhos, aos desvios comportamentais dos meios onde se inserem, para atenuar a hiperactividade. Muitos outros treinam para serem, um dia, grandes campeões.
Créditos
Realização
Pedro Neves
Cinematografia
Paulo Pimenta
Produção
Red Desert e Origine Films