A estrada de Inhaminga, em Moçambique, é povoada de fantasmas que vagueiam na escuridão. As balas calaram-se há quase meio século mas ainda consigo ouvir-lhes o eco. Procuro revoluções que não sei quanto terminam. Pelo caminho, só encontro palavras que atravessam o tempo.
Há quase 50 anos que a revolução de Abril de 1974 libertou Portugal da ditadura mais longa da Europa. Um ano depois, Moçambique tornou-se pela primeira vez independente, após séculos de exploração, tortura, exploração e escravidão. Nasci menos de três anos depois da revolução de Abril de 1974 numa família envolvida nela como numa história de amor que tornei minha e moldou o modo como tento olhar o mundo à minha volta. Quando acabam as revoluções? Será que as revoluções acabam quando são atraiçoadas? Ou posso pensar nela como um movimento infinito que continua sem acabar, como pó à espera do momento certo para assentar? Pelo caminho, procuro fantasmas, ecos e palavras no meio do vento. Afinal, quando acaba uma revolução?
Festivais
Filmets IFF, - Competição - Badalona, Catalunha, Espanha, 2024.
MICAR - Mostra de Cinema Anti-racista, Porto, 2023.
Caminhos do Cinema Português - Selecção Caminhos, Portugal, 2023.
Curtas Vila do Conde - Competição Nacional e Internacional, Portugal, 2023.
Exibições
Créditos
Com
Samora Moisés Machel (Presidente da República Popular de Moçambique de 1975 a 1986) / Miló Mahumana, Bibi Chirindza and Clésio Mucavel (Guerreiros de Marracuene) / Felismina Tomás Quembo, Leopoldo da Luísa Armando and Hygoor da Maria Domingos Tivane (Meninos de Inhaminga) / Santo António and Vasco Mphola (Antigos Combatentes de Inhaminga)
Argumento e Realização
Pedro Neves
Direcção de Fotografia e Montagem
Pedro Neves
Fotografias
Manuel Roberto
Som
Ricardo Leite
Misturas de Som
Maurício D’Orey
Produção Local
Milton Manenhje
Produtores
Pedro Neves, Jacques Bidou e Marianne Dumoulin
Produção
Red Desert e JBA production